quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Buenos Aires: Quinto dia

5º Dia de Viagem: Assalto

Como de costume, acordávamos, nos arrumávamos, tomávamos o café-da-manhã e saíamos para conhecer um pouco mais de Buenos Aires.
Naquele dia escolhemos conhecer o famoso Bairro da Recoleta. Chegamos cedo e o comércio ainda estava abrindo. Passamos pelo Shopping Buenos Aires Design e aproveitamos para comprar algumas lembrancinhas.
Depois, conhecemos a bela Basílica Nossa Senhora do Pilar e o famoso Cemitério da Recoleta.
Para quem nunca ouviu falar desse Cemitério, pode achar estranho que tenhamos ido lá. No entanto, trata-se de um ponto turístico em Buenos Aires, pela história, pelos estilos de mausoléus (com esculturas artísitcas) e pelo mausoléu de Eva Perón.
Quando eu via fotos de amigos que visitaram esse Cemitério, eu pensava "Eu é que não vou à Buenos Aires visitar Cemitério". No entanto, minha curiosidade foi aumentando. Já que se tratava de um ponto turístico, eu queria conhecer.
Minha irmã, parecia não ver sentido nenhum em conhecer o tal "Cemitério da Recoleta", mas quando entrou lá, acredito que ela, no mínimo, achou diferente todos aqueles mausoléus. Entramos e tiramos algumas fotos dos mausoléus para mostrar aqui no Brasil.

Apesar do breve interesse, minha irmã não estava com paciência de acompanhar a visita guiada, oferecida pela administração do cemitério, nem tampouco estava interessada em ver o mausoléu de Eva Perón.
Eu já estava ficando contrariada novamente com a falta de interesse que a minha irmã tem pela história das localidades que lea visita. Decidimos, então, conhecer o Museu de Belas Artes que ficava próximo.
O Museu estava fechado e só abriria às 11h. Tiramos algumas fotos em frente ao Museu, onde já estava juntando um pouco de turistas na escadaria. Resolvemos atravessar a pista para tirar uma foto em que aparecesse todo o Museu.
Havia uma pracinha em frente ao Museu e, após tirarmos as fotos, minha irmã quis descansar em um banquinho da praça.

Após algum tempo eu já estava ansiosa para sairmos dali e tirarmos mais fotos. Cheguei a perguntar para a minha irmã se faltava muito tempo para abrir o Museu e cheguei a pedir para nos levantarmos e andarmos um pouco. Ela se recusou.
Pouco tempo depois, fomos abordadas por dois garotos de rua. Um deles se sentou ao meu lado e procurou me intimidar, dizendo que se eu não entregasse dinheiro a ele, ele pegaria uma arma no bolso. O outro ficou em pé, na frente da minha irmã. A abordagem foi muito rápida. Eles se aproximaram por trás e eu não pude vê-los a tempo de sair dali. Ficamos sem reação. Eu encarei o garoto que se sentou ao meu lado, tentei pensar uma forma de pedir ajuda, sem colocar minha vida em risco. Não queria entregar nada a ele, porque achei que ele estava desarmado.
No entanto, o garoto que estava em pé, puxou a minha câmera fotográfica da minha mão. Tentei segurar, inclinando meu corpo para frente em vão. Os dois garotos saíram andando na maior tranquilidade. Não reagimos. Ninguém por perto fez nada para impedir.
Na minha cabeça, a viagem tinha acabado. Quantas fotos eu perdi?
Eu via aquela cena se repetindo durante todo o dia e os sentimentos de impotência e raiva.
Ainda tentams conhecer o Museu de Belas Artes, mas confesso que de Arte mesmo não vimos nada, porque estávamos arrasadas...
A minha sorte em relação às fotos da viagem, foi que eu havia trocado o cartão de memória da máquina no dia anterior. E, também havia levado outra máquina de reserva, além da máquina da minha irmã. Eu fui para a Argentina, ciente do perigo dos assaltos e, por isso mesmo fui tão precavida.
Procuramos um Posto Policial, não havia. Procuramos um carro policial, não havia. Procuramos um policial, não havia. Fomos assaltadas à luz do dia, numa pracinha em que havia várias pessoas descansando, e, aparentemente, um lugar tranquilo e seguro. Não havia nenhum sinal de pessoas de rua e delinquentes...
Com ajuda, dirigimo-nos à 19ª Comisaría de la Seccional, e registramos um Certificado de denuncia (Boletim de Ocorrência). A delegacia tinha uma estrutura física de uma casa antiga. Havia três computadores, dois quebrados e apenas um funcionando. O comissário demorou mais de uma hora para nos atender e após lavrar o documento não havia mais nada a ser feito. Quanta eficiência! Ficamos sem nenhuma esperança de resgatar a máquina.
Resumindo, esse havia sido um péssimo passeio. A famosa Recoleta, por suas praças e por seu valor artístico perdeu todo o nosso encanto.

À noite, fomos ao Teatro Metropolitan, assistir ao show de Miguel Angel Zotto, Puro Tango.Havíamos comprado os ingressos no dia anterior e, fomos, apesar de muito cansadas e desanimadas após o incidente do assalto à máquina. A apresentação contava com 18 artistas em cena e uma orquestra ao vivo, incluído um cenário "multimídia". Um belo espetáculo sobre a história do tango, muito bonito e interessante.


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